Origem no Brasil

A Convenção das Igrejas Batistas Independentes é originária da Missão de Örebro-Suécia. A Missão de Örebro foi fundada por John Ongman (que viveu de 1845 à 1931) em 1892, com a finalidade de despertar um maior interesse por missões transculturais. Esta missão, que por sua vez era de origem Batista, aceitava o movimento pentecostal e também dava abertura para o ministério feminino.

Hoje a Missão de Örebro é uma organização que congrega cerca de 22.000 membros em 250 igrejas e sustenta aproximadamente 200 missionários em 20 países espalhados pela Ásia, África, Mundo Muçulmano, Europa e América do Sul, além da cooperação em projetos de outras organizações missionárias.

A primeira tentativa missionária da recém organizada Missão de Örebro

foi para a América do Sul.

Em 1894 enviaram seu primeiro missionário para o Brasil, Adolf Larsson, o qual morreu logo após sua chegada, vítima da febre amarela, na cidade do Rio de Janeiro. Passaram-se 18 anos e então, uma carta chegada de uma colônia sueca na Vila Guarani, interior do Rio Grande do Sul, move o coração de John Ongman, presidente da Missão, sendo então enviado o missionário Erik Jansson, o qual desembarcar com sua esposa em Porto Alegre em 15 de junho de 1912. Em 1919 é fundada a Convenção Evangélica Batista Sul-Rio-Grandense.

Durante 40 anos o trabalho desenvolveu-se lentamente devido às dificuldades dos missionários estrangeiros com a nossa língua, sendo que o trabalho ficou restrito ao Rio Grande do Sul, sendo que, durante este período, apenas em 1938 a presidência da Convenção e também a secretaria foram exercidas por brasileiros: Astrogildo Pacheco e Francisco da Silva. Em 1952, na cidade de Ijuí-RS, é fundada, com cerca de 3.000 membros a Convenção das Igrejas Evangélicas Batistas Independentes do Brasil, com o objetivo de expandir a obra missionária no Brasil, tendo em vista que já haviam trabalhos missionários em São Paulo, Sorocaba e Jundiaí, liderados pelos missionários: Alfredo Winderlich, John Waldemar Sjoberg, Olavo Berg e também da missionária Ester Danielsson. O primeiro presidente da Convenção foi o pastor Pedro Falcão. Nesta ocasião é enviado pela recém organizada convenção, o primeiro casal de missionários, Alcides e Annie Orrigo, para a cidade de Santa Rosa. Em 1966, também na cidade de Ijuí, a Convenção teve seu nome alterado para: CONVENÇÃO DAS IGREJAS BATISTAS INDEPENDENTES, que permanece até hoje. (OBS: Dados do livro "E Deus Fez Crescer")

Propósitos da Cibi na Sua Organização

A CIBI, na época CIEBIB, foi organizada com a finalidade de promover a união das igrejas para o trabalho de evangelização pátria, missões, educação e obras de beneficência social. Para alcançar estes objetivos foram criados departamentos de: Jovens, Senhoras, Escolas Dominicais, Imprensa, Homens, Educação Religiosa.

Desenvolvimento

  • No ano de sua organização (1952) a Cibi tinha trabalhos no Rio Grande do Sul, algumas congregações no litoral catarinense e início em São Paulo, Jundiaí e Sorocaba. À partir daí o trabalho passou a expandir-se para outras cidades paulistas, oeste de Santa Catarina e Curitiba. Criou-se também o Instituto Bíblico Batista Independente para a preparação de obreiros, sendo esta uma iniciativa do missionário Nils Angelin, o qual, sentindo-se "pequeno" para o grande desafio da evangelização do Brasil, compreendeu que, a única forma da tarefa ser cumprida era ter obreiros nacionais para a realização do trabalho.
  • Até 1975 o trabalho alcançou muitos outros Estados do Brasil, estabelecendo-se campos missionários em Goiás, Bahia, Paraíba, Pará, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso.
  • Em 1976 a CIBI iniciou o trabalho missionário no Paraguay, com um projeto que visava atender os colonos brasileiros que haviam emigrado para aquele país. Este foi o primeiro campo no Exterior.(Hist. Missões-Bertil, pg.72)
  • Na década de 80 o trabalho consolidou-se em vários Estados no País, ocorrendo um despertamento maior para missões transculturais, sendo enviado missionários para o Peru (Pr. Clerisnan do Costa e família); Portugal (Getulio Costa da Silveira e família) e Angola (Pr. José Aldoir Taborda e família), este último num acordo de cooperação entre CIBI e a Primeira Igreja Batista do Huambo, para a implantação de um Seminário Teológico naquele País. Em 1988, ao cabo de dois anos, ao término do contrato de cooperação, o casal retornou ao Brasil deixando o Seminário funcionando com 20 alunos no curso básico de teologia e 8 no curso de Bacharel. O Seminário foi passado para a Associação das Igrejas Batistas do Huambo e após para a Convenção Batista Angolana. Neste período também o trabalho no Paraguay recebe um novo impulso com o envio de novos missionários, realização de escolas bíblicas e abertura de trabalho missionário entre paraguaios na cidade de San Lorenzo-Assuncion. Nem tudo foi vitória na década de 80. A Convenção sofreu um grande revés com a divisão promovida por um grupo de pastores de linha mais conservadora na questão de usos e costumes, organizando-se a denominação chamada UCBI (União Conservadora Batista Independente), desestabilizando dessa forma as finanças da CIBI, bem como afetando a estatística numérica da denominação com a saída de aproximadamente 5.000 membros, liderados pelo Pr. Anarolino da Luz Leão. Igrejas importantes como a Batista Salém de Ijuí, berço do trabalho denominacional, e Betel de São Leopoldo, ficaram nas mãos do grupo revoltoso.
  • Nesta última década do século XX a denominação tem progredido pouco numericamente, porém tem alargado sua visão missionária e está tentando fortalecer sua estrutura. Vão se consolidando os trabalhos regionais iniciados em 1989 quando a CIBI, na Assembléia Geral realizada em São Leopoldo aprovou o plano de descentralização, criando as convenções regionais. O trabalho missionário no Brasil ficou sob a responsabilidade das Convenções Regionais enquanto que as missões transculturais e informações missionárias bem como o apoio aos trabalhos no Brasil tem ficado à cargo do Secretário Executivo de Missões da Cibi. Isso tem originado maior progresso, melhores possibilidades de supervisão e aproximação das igrejas mantenedoras.

O Trabalho Batista Independente Hoje

Estrutura Organizacional da Cibi

A CIBI é administrada por uma diretoria eleita bienalmente e um Conselho Consultivo formado por todos os presidentes das Convenções Regionais e líderes de Departamentos Nacionais. Possui um Secretário Executivo de Missões que coordena o trabalho de missões transculturais dentro e fora do País, mantém relação com os presidentes e secretários de missões regionais na elaboração e acompanhamento de projetos missionários comuns, promove a informação missionária junto às igrejas, elabora campanhas missionárias, coordena os planos de adoção, seleciona obreiros e dá acessoria aos mesmos nos campos missionários.

Modo de Funcionamento

* Assembléia Geral - É formada por delegados representantes de todas as igrejas filiadas à denominação (3 delegados p/igreja + 1 para cada 50 membros) e reúne-se a cada dois anos em qualquer cidade brasileira, com a finalidade de eleger as lideranças para os diversos cargos, analisar e aprovar relatórios, discutir e aprovar projetos apresentados pela diretoria, admitir e demitir igrejas, além de confraternizar.

* Presidente e Diretoria - Eleitos na Assembléia Geral para dirigir a Convenção e o Conselho Consultivo da CIBI, zelando pelo cumprimento dos estatutos, assinar acordos, promover a denominação.

* Entidades, Juntas - Eleitos em Assembléia, estas organizações possuem estatutos e regimentos próprios. São órgãos mantidos com recursos próprios e subvenção da CIBI via Acordos de Cooperação entre CIBI com outras Missões.

* Conselho Consultivo - Este Conselho não é eleito em Assembléia Geral Nacional. É dirigido pelo Presidente da CIBI e é formado por: Diretoria, Presidente da Sociação Missionária, Presidente da UMBI, Secretário Executivo de Missões, Presidente Convenções Regionais e Secretários Regionais.

* Convenções Regionais e Secretarias - A Cibi tem apenas uma Secretaria que fica ao Norte, devido à grande distância entre as igrejas, não é possível organizar uma convenção. As demais convenções estão no Estado do qual levam o nome. Possuem estrutura própria e seus presidentes são membros do Conselho Consultivo da CIBI. Toda igreja filiada à Convenção Regional é automaticamente filiada à CIBI, embora sua recepção formal à CIBI ocorra nas Assembléias Gerais.

* Infra-Estrutura - A CIBI é administrada à partir de um Centro Administrativo que funciona na cidade de Campinas-SP, o qual tem a finalidade de controlar as finanças, fazer a distribuição das verbas dentro dos projetos, manter em ordem os acordos e projetos missionários, guardar documentação fiscal, centralizar as informações e repassá-las aos órgãos competentes, administrar os acordos internacionais com as missões co-irmãs: Suécia, Noruega, Finlândia, etc...

Sistema de Sustento dos Projetos Missionários

A Cibi mantém seus projetos missionários com as contribuições das Igrejas filiadas que utilizam o sistema de dízimo dos dízimos, ofertas especiais de missões, ofertas missionárias de fé e projetos de Adoção de Obreiros, tanto por igrejas como de particulares. Além disso, existem os convênios com missões mantenedoras como a Örebromissionen e a Missão Norueguesa. Com a estruturação das Convenções Regionais, o dízimo dos dízimos das igrejas e as ofertas missionárias são divididas em 50% para cada Convenção.

Instituições Denominacionais

  • STBI - Seminário Teológico Batista Independente - fundado pelo missionário Nils Angelin na cidade de Ijuí-RS em 1953, como Instituto Bíblico, o qual foi transferido para a cidade de Rio Grande-RS 2 anos depois e que, no início só para homens. Em 1960 foi criado um curso também para mulheres, mas somente em 1972 que homens e mulheres podem estudar juntos no mesmo curso, após o Instituto ter sido transferido para a cidade de Campinas-SP em 1967, ocasião em que muda o nome de Instituto para Seminário. Os seguintes Pastores dirigiram o Seminário até aqui (1996): Stig Ekstrom (1967-69); Bertil Andersson (1969-73); Lars Erik Jonhsson (1974-75; 78-80); Apparecido A. Maglio (1976-77); Paulo Mendes (1981-89); Walmir Vargas (1990-94). Hoje o STBI continua funcionando em Campinas - SP, sendo dirigido pelo Pr. Apparecido Maglio. Tem curso de Bacharel em Teologia; Bacharel em Educação Religiosa, Médio de Teologia e Curso de Missões transculturais. O STBI mantém ainda uma Extensão em Campinas e uma em São Paulo.
  • STBINE - Seminário Teológico Batista Independente do Nordeste, fundado em 1985 na cidade de Feira de Santana-BA, pelo Missionário Lars-Erik Jonsson, o qual oferece curso de Bacharel em Teologia.

A Organização das Convenções Regionais trouxe também um despertamento para a educação teológica nas regiões, sendo que atualmente existem os seguintes Seminários:

  • STBISUL - Seminário Teológico Batista Independente do Sul, na cidade de Cachoeirinha-RS, o qual oferece um curso médio de teologia e também o Curso CETE, que é um centro de educação à distância, o qual tem cerca de 50 alunos matriculados. O STBISUL foi fundado em 1983 como uma Extensão do Seminário de Campinas, tendo o missionário Lars Bertil Ekstrom como diretor e o Pr. José Aldoir Taborda como Secretário, o qual foi também o primeiro professor. À partir de 1985 o Seminário passou a ser dirigido pelo missionário Stig Levin até 1991. O Pr. José Aldoir Taborda assume a liderança do Seminário em 1992, quando o mesmo foi emancipado, passando então a pertencer à CIBIERGS.
  • STBIGO e STBILESTE - Seminários em fase de implantação nos Estados de Goiás e Rio de Janeiro, respectivamente.
  • IMPRENSA - Órgão denominacional que edita o Jornal Luz nas Trevas e também, em conjunto com a Junta de Educação Religiosa, as revistas da Escola Dominical para adultos e juniores. Foram redatores do Luz nas Trevas os pastores Alcides Santos (1955-1980) e José Rodrigues Machado (1981-1996).
  • FEPAS - Federação das Entidades e Projetos Assistenciais, uma organização denominacional que trabalha com recursos advindos da Suécia na implantação e estruturação de aproximadamente 50 projetos assistenciais em todo o Brasil. Além da estruturação de projetos sociais, a FEPAS também realiza um trabalho de treinamento de líderes assistenciais e procura realizar um trabalho de conscientização da responsabilidade social das igrejas.
  • UMBI - União dos Ministros Batistas Independentes - Finalidade de acessorar os obreiros denominacionais em suas necessidades, exercer disciplina e defender os interesses da União, bem como tratar das questões doutrinárias da denominação.

Alcance do Trabalho Denominacional no Brasil

Hoje a CIBI mantém, através de convênios, 20 casais missionários no Brasil, assim distribuídos: ACRE: 2 (Xapuri e Cruzeiro do Sul); PARÁ: 2 (Altamira e Alenquer), RONDONIA: 1 (Porto Velho); MATO GROSSO: 2 (Sorriso e Alta Floresta); PERNAMBUCO: 2 (Sta. Cruz de Capibaribe e Petrolina); BAHIA: 1 (Salvador); MINAS: 1 (Patos de Minas); ESPÍRITO SANTO (Vila Velha); GOIÁS: 1 (Catalão); PARANÁ: 1 (Pato Branco); SANTA CATARINA: 4 (Lages, Jaborá, Ipumirim, Abelardo Luz); RIO GRANDE DO SUL (Santana do Livramento e Cachoeira do Sul); conta com 270 - 300 igrejas filiadas (não incluindo os pontos de pregação), e está atuando em 700 municípios brasileiros, marcando presença em todos os Estados menos Piauí, Maranhão e Amapá, congregando um número aproximado de 35.000 membros. Além disso desenvolve diversos projetos sociais e trabalhos de evangelização entre tribos indígenas em Santa Catarina, Paraná e Amazonas.

Alcance do Trabalho Denominacional no Exterior

A CIBI sustenta missionários em outros países, estando eles distribuídos nos seguintes países: Peru - 1 casal e 1 missionária solteira ( Callao e Los Olivos), Portugal- 3 casais (Felgueiras, Maia); Tunísia - 1 missionária solteira e Uruguai - 1 casal). No Paraguai, participa no sustento do missionário Pr.José A.Taborda.


Fonte destas informações: Missionário Pr: José Aldoir Taborda
Paraguai – Fevereiro/2003


Versículo

Respondeu Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim." - (João 14:6)