História dos Batistas Independentes no Brasil

1. Emigração

            Já falamos sobre a miséria na Suécia no passado. Muitos imigraram para EUA, mas alguns também para o Brasil.

            O Brasil estava com uma política para cultivar o interior do Brasil. Para isto acontecer o governo brasileiro promoveu uma campanha para trazer europeus para o sul do país. O governo abriu agências de imigração em vários países na Europa, principalmente na Alemanha. Havia também uma agencia em Malmö na Suécia. Em 1890-91 o primeiro grupo sueco veio. Eram mais ou menos 2000 pessoas. Em 1910-11 houve uma greve geral na Suécia e muitos passaram por sérias dificuldades. Como resultado disto um novo grupo imigrou para o Brasil.

            Quando os suecos chegaram ao Brasil, foram enviados para o interior do Rio Grande do Sul, 500 a 1000 km de Porto Alegre. Não havia outra condução a não ser carro de boi. Não foram vacinados e por isso foram, de início, atacados por várias epidemias. Quase 20% morreram no primeiro ano. Receberam uma gleba de terra, mas nesta gleba havia uma mata, que primeiro tinha que ser cortado e roçado, para que pudessem plantar. Não havia maquinas; tudo teria que ser feito a mão. Por isso muitos desistiram e voltaram para a Suécia. O governo sueco ficou sabendo da situação deles e ajudaram muitos a regressar. Outros morreram no caminho de volta.

            Entre os que resolveram ficar, a maioria foi para a região de Misiones em Argentina, onde formaram uma colônia sueca. Aqui podiam conservar a cultura sueca. Os que ficaram no Brasil, moraram na região de Ijuí, RS.

  1. Primeira tentativa.

            Um sueco, com o nome Asblom, morava em São Paulo. Ele chegou em 1885. Ele era crente já na Suécia e sentiu falta de uma igreja aqui no Brasil. Por isso escreveu para Suécia, pedindo um missionário. Ele escreveu para várias denominações e por fim, em 1892, uma carta chegou para o Ongman. Foi no mesmo ano, que Ongman fundou a Sociedade Missionária de Orebro. Na Escola Bíblica havia em 1893 um aluno, Adolf Larsson. Ele sentiu a chamada para o Brasil e viajou no mesmo ano para o Brasil. A bordo do navio conhecia um missionário inglês que o convidou para deixar o navio no Rio de Janeiro para sair evangelizar. O que não sabia era que naquele ano havia em Rio um surto de Febre Amarela. Adolf ficou doente, mas pegou um trem para São Paulo, onde foi internado. Chamaram Asblom, mas quando chegou ao hospital Adolf faleceu e logo em seguida foi enterrado em São Paulo.

            Passou-se 18 anos.

  1. A carta de Guarany.

            Na colônia Guarany, no Rio Grande do Sul, morava um casal Andersson. Eles eram crentes e sentiram a necessidade de um pastor ou missionário para trabalhar entre os suecos em Guarany. Andersson enviou uma carta para a Convenção Batista na Suécia como também para a Convenção Batista Sueca nos EUA, fazendo um pedido de um pastor. Recebeu resposta negativa dos dois.

            Andersson tinha uma assinatura de um jornal, onde Ongman sempre escrevia, A Tribuna Sueca. Em 1911, Andersson enviou a mesma carta para este jornal. A carta foi titulada: “O grito Macedônico”. A carta foi publicada no jornal e logo em seguida Ongman escreveu uma carta para o casal, informando que ia orar e se fosse da vontade de Deus, ia enviar alguém.

  1. Erik Jansson.

            Nasceu em 1885, bem no centro da Suécia. Já como criança sempre falava que queria ser missionário. Com 17 anos se converteu e recebeu uma chamada. Queria ir para China. Ele participou na Escola Bíblica em 1907 e depois trabalhou por alguns anos como evangelista. O povo da região onde vivia se revoltou contra ele. Ele era o filho mais velho, e naquela época sempre era costume do filho mais velho ficar em casa para cuidar a fazenda do pai. Erik estava certo que tinha uma chamada e não cedeu as pressões da família e dos vizinhos.

            Em 1909 foi para o Seminário. Ele já estava de namoro com uma moça da mesma igreja. Em 1911 foi visitá-la e ela mostrou o artigo com a carta do Brasil. Falou que a carta tinha falado com ela. Erik respondeu que a chamada dele era para China, mas prometeu orar sobre o assunto. Quando voltou para o seminário foi chamado pelo Ongman. Ele colocou a mão sobre Erik e disse-lhe que a chamada dele era para o Brasil. Erik respondeu que ia para China. Ongman entregou o jornal com a carta do Brasil para Erik e pediu para ele ler a carta mais uma vez e orar. Erik passou alguns dias em uma crise muito grande, mas logo se rendeu e foi comunicar a Ongman que estava disposto de ir ao Brasil.

            O sustento era um problema. Ongman não prometeu nada. Teria que viajar pela fé. Erik saiu pela Suécia, visitou algumas igrejas e pediu dinheiro para custear a viagem. Ongman prometeu repassar o que as igrejas enviassem para a Igreja Filadélfia.

            Justamente quando Erik estava pronto de viajar, Ongman recebeu uma outra carta do casal Andersson, informando que muitos suecos voltaram para Suécia, e por isso não adiantava mais enviar alguém. Erik resolveu viajar mesmo assim.

  1. A viagem.

            Antes de viajar noivou com Anna Malm, que ainda tinha que estudar no Seminário para ser missionária. Em maio de 1912 iniciou a viagem para o Brasil. Da Suécia foi para Hamburgo na Alemanha, onde encontrou um navio com a destinação Brasil. Levou um mês para chegar em Santos. Lá encontrou um navio para Rio Grande, RS. Chegado lá encontrou duas famílias suecas que viviam em barracos no porto. Havia gastado tudo que tinham na viagem de Ijui para Rio Grande e agora não tinham nada para voltar para Suécia. Erik também não podia fazer nada. O dinheiro dele também acabou. Ele continuou para Porto Alegre. Aqui ele ficou na casa de um missionário batista americano por 2 ½ meses, enquanto esperava por mais dinheiro. Havia uma colônia sueca em Porto Alegre e Erik aproveitou realizar vários cultos entre eles. Em 1912 havia duas igrejas batistas em Porto Alegre e um total de oito em todo o estado do RS.

            De Porto Alegre Erik também correspondia com os suecos em Guarany. Quando recebeu mais dinheiro continuou a viagem para o interior. Foi de trem até Ijuí. No primeiro domingo realizou um culto com a presença de 40 suecos. Agora viajou de carro de boi os últimos 100 km até Guarany.

  1. O trabalho em Guarany.

            A curiosidade entre os suecos era muito grande. Ele agora trousse notícias “frescas” de Suécia. Por isso, no início, ele reuniu muita gente. Ele trousse a bandeira sueca e realizou festas suecas tradicionais. O maior problema era a bebida alcoólica que começou combater. Os suecos vivam quase todos em miséria por causa disto.

            Não havia nenhuma escola para os filhos e todos eram analfabetos. Depois de uma semana, Erik começou uma escola na sua própria casa. No final do ano letivo em 1913, Erik convidou o Secretário de Educação do município, que ficou muito impressionado e prometeu uma verba mensal para a escola.

            Já que Erik não tinha muito sustento, resolveu ser professor reconhecido pelas autoridades brasileiras. Assim podia arrumar o sustento por aqui mesmo. Por isso começou estudar português. Mas o animo dele logo terminou quando o Secretário de Educação nunca cumpriu a sua promessa.

            Duas semanas depois da chegada ganhou três terrenos. Um seria para construção da Igreja, um para a escola e um para a casa dele. A condição era que tinha que construir dentro de um ano. Ele por isso começou enviar artigos para o Jornal Batista para a Tribuna Sueca e outros jornais evangélicos na Suécia pedindo verbas para estas construções. Passou-se quase um ano e não chegou nada. Ele começou mesmo assim as construções, fazendo dividas. Na caixa da igreja Filadélfia em Orebro, entrou muito dinheiro para este fim, mas Ongman nunca repassou estas verbas. Não sabemos porque. Depois de um tempo a situação de Erik ficou bem difícil. Ele tinha muitas dividas em Guarany.

            No dia 7 de janeiro de 1914 foi realizado o primeiro batismo e no dia 6 de setembro foi organizada a igreja em Guarany, a primeira igreja no Brasil dentro do nosso contexto.

  1. Anna Malm e Carl Svensson.

            A noiva de Erik, Anna Malm, desejava agora ir ao Brasil. Mais um novo missionário, Carl Svensson, estava pronto de viajar. Ele era também solteiro. Os dois viajaram juntos em 1914. Foram com um navio para Buenos Aires. Depois subiram o Rio Uruguai até chegarem até Rio Grande do Sul. Na beira rio Erik estava esperando a sua noiva. Para voltar para Guarany precisavam andar de carro de boi, canoa e cavalo. Chegaram à meia noite um certo dia. Toda a colônia estava acordada, saudando-os com fogos de artifícios. Logo houve também o casamento.

            Erik viajava bastante para  visitar as diferentes colônias. O trabalho em Ijuí prometeu bastante. Carl Svensson mudou-se para lá para tomar conta do trabalho. Em 1915 foi organizada a igreja. Em pouco tempo foram abertas 14 congregações e 3 escolas.

            Depois de um tempo, começou surgir uma certa rivalidade entre Erik e Carl. Certamente por que Carl era mais novo e tinha mais capacidade de trabalho. Depois de alguns anos, Carl deixou o nosso trabalho e passou a trabalhar com a Convenção Batista. Morreu em Vitória, ES na década dos 70.

            O entusiasmo inicial foi diminuindo com um tempo. Os suecos não queriam se converter e poucos continuaram participar nos cultos. Erik estudou a língua portuguesa e no fim de 1914 começou pregar em português. Nesta mesma época começou também trabalho entre alemães.

  1. A relação entre Ongman e Jansson.

            Quando Erik Jansson viajou pela primeira vez, não houve nenhuma decisão, nem na Igreja Filadélfia, nem na Sociedade Missionária. Foi uma decisão pessoal entre Erik Jansson e John Ongman. Depois que Erik viajou, a igreja decidiu oferecer 100 coroas(kr) por mês para o sustento dele. Quando Carl viajou, Ongman pediu para ele verificar o trabalho de Erik, e corrigi-lo se não trabalhava como devia. Ongman não tinha muita confiança em Erik.

            Quando Erik começou construir, Ongman pediu que enviasse nota fiscal de todo o material que comprava. Erik respondeu que se pedisse nota fiscal tinha que pagar impostos, que ele não tinha condições de fazer. Ongman tinha muitas duvidas quando ao Erik, e por isso não repassava as verbas que entrava para ele.

            Em 1915 o primeiro brasileiro se converteu, João Martins. Ele morava perto do Rio Uruguai e já havia ouvido o evangelho na Argentina. Ficou doente e agora orou a Deus dizendo que se fosse curado seria crente. Ficou curado e por isso procurou Erik e pediu batismo para toda a família. Foram batizadas 8 pessoas no Rio Uruguai. Foi o começo do trabalho entre brasileiros. João Martins depois foi consagrado diácono e foi uma grande benção para toda a região. Por causa do movimento comunista e a desconfiança para com estrangeiros, os membros desta igreja foram para Argentina e a igreja foi dissolvida em 1930.

  1. Novos missionários.

            Em 1916 chegou o casal Welander, e em 1919 Carlos Sundbeck. Eles começaram trabalhar entre os alemães. Em 1918 foi organizada a igreja em Pederneiras. Em 1923 esta igreja já tinha mais de 200 membros. Uma outra igreja em Timbaúva foi organizada com 92 membros.

            No dia 2 de junho de 1919 houve o primeiro encontro das igrejas. Foi realizado em Guarany. Foi criada a Convenção Evangélica Batista Sul Riograndense. 7 igrejas estavam presentes com 22 representantes. Foi realizada a primeira Escola Bíblica em 1918. A Escola Bíblica foi no início muito importante e em 1938 se realizavam três escolas em lugares diferentes.

            Em 1924 a família missionária Spore deixou Ijuí para abrir uma igreja na capital, Porto Alegre. Em 1925 foi organizada a Igreja Batista Betel com 14 membros.

            Em 1926, chegaram Emma e Alfred Winderlich. Eles eram alemães, mas Alfred estudou no Seminário em Orebro, Suécia.

            Em 1930 foi fundada a primeira obra social, um orfanato em Porto Alegre.

            Em 1936 veio a primeira visita da missão da Suécia, o Secretário de Missões, Pr John Magnusson.

            Em 1937 veio um grupo de novos missionários, entre eles Nils Angelin, fundador do seminário. O trabalho foi se estendendo para várias cidades de volta de Porto Alegre, como Novo Hamburgo, Santa Cruz, Pelotas, Taquara, São Leopoldo e Esteio. Em 1937 foi inaugurado o novo templo na capital onde havia lugar para 1000 pessoas. A igreja continua até hoje neste templo.

            Começou também o trabalho na cidade de Rio Grande e em 1941 foi inaugurado um grande templo. Em 1939 começou o trabalho em Santa Maria e 1940 em Bagé.

Uma estatística publicada no Luz nas Trevas (órgão denominacional, fundado em 1927) no ano de 1937, após 25 anos de trabalho, mostrou que havia 10 igrejas espalhadas pelo Estado e 2 na Argentina que integravam a Convenção Evangélica Batista Sul Riograndense, que tinha sido organizada em 1919. O total de membros, em 1937, era de 1.682.

 

  1. Organização da Convenção (CIBI)

            Durante 40 anos o trabalho batista independente ficou sob a liderança dos missionários suecos e amparado pela Sociedade Missionária Sul-Riograndense. O trabalho tinha alcançado grande parte do sul do Brasil, com igrejas também em Santa Catarina e em São Paulo. O total de membros em 1952 era de aproximadamente 2.000.

            Em 1940 foi pela primeira vez registrada uma pessoa jurídica, a Sociedade Missionária Sul Riograndense. Somente missionários suecos podiam pertencer esta entidade. A Convenção mencionada anteriormente, nunca foi registrada e também não tratava assuntos administrativos. Os missionários tratavam estes assuntos na Sociedade Missionária. Eram os donos do trabalho. O primeiro presidente brasileiro da Convenção foi o Pr. Astrogildo Marques Pacheco, eleito em 1938. Ele não foi bem aceito pelos missionários e por isso foi substituído por um missionário no ano seguinte. Em 1951, um grupo de pastores brasileiros, Astrogildo Pacheco, Pedro Falcão e Noé da Silva, começaram um movimento para formar uma convenção nacional, liderada por brasileiros.

            Em 1952 na reunião da Convenção E.B.S-R na cidade de Ijuí, quando se celebrava 40 anos de missões no Brasil, o Pr Pedro Falcão foi eleito presidente da mesa. Quando estava dirigindo a reunião, uma outra pessoa fez a proposta da formação de uma Convenção Nacional. Os missionários se opuseram, mas foi feita uma votação e a maioria brasileira venceu. Foi fundada a Convenção das Igrejas Evangélicas Batistas Independentes do Brasil. Em 1966 foi tirada a palavra “Evangélicas”. Logo em seguida decidiram enviar um missionário. Foi o Pr. Alcides Orrigo que foi enviado para iniciar um trabalho na cidade de Santa Rosa. Foi também decidido abrir um Instituto Bíblico para formação de obreiros.

Fatores que contribuíram para a fundação da CIBI:

  1. A questão de liderança. Os missionários dominaram totalmente o trabalho. Eles tinham dinheiro e poder. Os pastores nacionais sentiram que queriam também influencia.
  2. A visão missionária. Os pastores acharam que as igrejas deviam se unir para sustentar obreiros pioneiros.
  3. Os pastores brasileiros até aqui foram sustentados com dinheiro da Suécia. Suécia agora queria cortar estas verbas e acharam que as igrejas brasileiras deviam sustentar os seus próprios pastores. Alguns pastores em igrejas pequenas propuseram que as igrejas com mais condições deviam ajudar as igrejas que não podiam pagar o salário do seu pastor. Uma Convenção podia coordenar este trabalho.
  4. A formação de uma Convenção nacional tinha o respaldo de todos os pastores brasileiros.

A CIBI foi organizada com os seguintes propósitos:

  • Promover a união das igrejas para um intenso trabalho de evangelização, missão, educação e obras de beneficência;
  • Chamar, sustentar e enviar obreiros para o campo;
  • Concretizar a abertura e reabertura de trabalhos pioneiros
  • Ter evangelista itinerante que viajasse pelas igrejas fazendo conferências, trabalho de confraternização e de evangelização;
  • Prover recursos necessários para atender às necessidades do trabalho como um todo, utilizando-se o sistema de dízimo dos dízimos.

            Além destes propósitos, declarados na ata de organização, resolveu-se criar um Instituto Bíblico para o preparo dos obreiros e um Conselho de Cooperação que trataria de um apoio social aos obreiros da denominação.

  1. Expansão fora do Rio Grande do Sul.

            Em 1948 quatro casais de missionários mudaram-se para o Estado de São Paulo. Olavo Berg para Jundiaí, John Sjoberg para Sorocaba, Alfred Winderlich para São Paulo e Nils Skare para Campinas.

            O segundo campo de missões da CIBI foi Jaguarão, RS, aberto em 1953. No mesmo ano foram também obreiros para Santa Catarina e Paraná. A partir da formação da CIBI o trabalho tomou um novo impulso e começou crescer mais.

            Em 1955 decide-se oferecer carteiras para os obreiros consagrados. Em 1957 uma delegação viaja para Brasília para estudar a possibilidade de abrir um trabalho no futuro capital.

            Em 1959, Pr Noé da Silva foi enviado para Curitiba para abrir um novo trabalho.

            Em 1962, o presidente da CIBI, Pr. Pedro Mendes, viaja junto com um missionário para espiar o nordeste. Eles conseguem um contato com uma Igreja pentecostal em Natal, RN, que tinha interesse de ingressar na nossa Convenção.

            Em 1963 na Assembléia em Santa Maria, RS, Pr. Edvaldo Santana Couto recebe um convite para ir a Bahia, seu estado de origem. Ele viaja logo em seguida. A primeira igreja foi organizada na cidade de Brumado e a segunda em Vitória de Conquista.

            Em 1964, Pr João de Almeida vai para Goiânia. A primeira igreja lá é organizada em 1965. No mesmo ano Pr. Felix de Oliveira viaja para abrir um trabalho em Campina Grande, PB.

            Em 1965 foi realizada a primeira Assembléia da CIBI fora do Rio Grande do Sul, em São Paulo.

            Em 1967, o Pr Alvino Knispel é enviado para Natal, RN, e outro obreiro para Três Lagoas, MS.

            Em 1963, Pr. Paulo Mendes é enviado para Suécia para criar uma melhor integração entre OM e CIBI. Ele estuda no Seminário e visita muitas igrejas. Para os missionários isto foi um preparo para ser líder do trabalho no Brasil.

            Em 1971, Paulo Mendes é eleito presidente com somente 35 anos de idade. Nesta Assembléia decide-se também criar secretarias regionais. No mesmo ano, dia 15 de abril, morre o pioneiro Erik Jansson em Orebro, Suécia.

            Em 1972 a família Stig Levin é a primeira família de missionários suecos a mudar para nordeste e no mesmo ano é aberto o trabalho em Bayeux, PB pelo Pr. Raimundo de Oliveira Chaves.

            Em 1974, Pr. Joaquim Cruz muda para Igaporã e Riacho de Santana no sertão da Bahia. No mesmo ano Pr. Paulo Mendes, Pr. Alvino Knispel e o presb. Wilfred Korber fazem uma visita em Altamira, PA, na beira da rodovia transamazônica, recentemente inaugurada. Em seguida foi resolvido enviar o Pr. Alvino Knispel para iniciar o trabalho naquela cidade.

            Na Assembléia da CIBI em 1975 foi decidido criar o cargo de Secretário de Missões. O primeiro foi o Pr. Paulo Mendes. Ele logo em seguida apresenta um programa missionário para o Brasil, PROMIBRA, que era um plano de em cinco anos implantar o nosso trabalho em todos os estados do Brasil. Também foi apresentada uma proposta de iniciar um trabalho em Paraguai e um plano de cinco anos para este trabalho, PROMIPA. Logo em seguida são enviados alguns pastores para trabalhar entre brasileiros que mudaram para Paraguai.

            Em 1976 Pr. José Rodrigues Lima é eleito presidente da CIBI. Ele fica neste cargo por 9 anos.

            Entre 1975 e 80 seguindo o PROMIBRA, foram abertos trabalhos em muitos capitais do nordeste, Maceió, Aracajú, Fortaleza, Teresina e São Luis. Em 1980, através do Pr. Pedro Vargas, foi aberto um trabalho em Benjamin Constant, AM, tanto na cidade como entre os índios Ticunas. No mesmo ano Pr. Clerisnan do Eler Costa foi para Rio Branco, AC.

            No Distrito Federal foi iniciado o trabalho por Pr. Joel de Jesus Braga em 1974. Ele veio de uma outra denominação e se filiou este ano à CIBI. Agora temos entre 20 e 30 igrejas no DF. Entre 1980 e 1985 foram iniciados os trabalhos em ES e RJ.

            Durante algum tempo houve conversas sobre a transformação das Secretarias Regionais em Convenções. Esta mudança aconteceu entre 1985 e 90. Estas Convenções Regionais agora assumiram a responsabilidade da expansão dentro das regiões. Eles agora fazem convênios com a CIBI, assim recebendo ajuda para a sua expansão.

  1. Missões transculturais.

            Paraguai foi o primeiro país no exterior. O trabalho começou entre brasileiros/alemães, que mudaram para aquele país. Agora se visa a expansão entre paraguaios. Temos o centro em Coronel Oviedo, onde há também uma grande obra social e um seminário. A expansão do trabalho agora está sob a responsabilidade da Convenção nacional, CIBB.  Estes últimos anos o trabalho está em uma grande expansão. O trabalho conta hoje com 17 igrejas, dos quais 7 entre paraguaios. CIBI sustenta parcialmente o missionário José A. Taborda.

            Em 1981, Pr. Clerisnan do Eler Costa foi para Peru. Foi por conta própria, mas depois de um tempo foi aceito como missionário pela CIBI. Temos atualmente 6 igrejas no Peru. A principal igreja fica em Callao, cidade portuária da capital Lima. Esta igreja se reúne em um cinema com 1000 lugares. Junto à igreja funciona também um seminário. Atualmente enviados pela CIBI temos um casal, Sueli e Paulo Felipe Penha, que é pastor da igreja em Callao e a missionária Nilzete Flores, pastora da igreja em Arequipa.

            O terceiro campo no exterior foi Portugal. Pr. Getúlio da Costa Silveira foi para lá em 1985 como missionário da Missão Antioquia. Depois de alguns anos pediu para ser missionário da CIBI, para iniciar o  trabalho naquele país. Em 1994 Pr. Paulo Mendes foi enviado para iniciar um Seminário, que atualmente tem mais de 40 alunos. O trabalho se concentra na região da cidade de Porto no norte de Portugal, onde temos atualmente mais ou menos 5 igrejas.

            Durante alguns anos entre 1985 – 87, Pr José A. Taborda trabalhou em Angola com educação teológica, sustentado pela CIBI.

            Em 1996 Elizete Lima, Zaza, foi para Tunísia, onde trabalha com crianças com deficiência psíquica. No mesmo ano Valdemi Lima com esposa Ana Eliza foram para a República Centroafricana, onde trabalharam durante três anos junto com missionários suecos.

            Em 1997 Alexon Vasconselos com família foi para Uruguay. Trabalha junto com uma igreja batista que durante o tempo de Alexon tem recebido renovação e tem crescido.  

  1. Estrutura e organização da CIBI.

            A CIBI foi organizada em 1952. No início havia somente uma diretoria que cuidava tudo. Os missionários continuavam com muita influência. A SMBI fez um planejamento paralelo e por isso houve muitas vezes desentendimentos entre a diretoria da CIBI e os missionários.

            Em 1972 foi resolvido formar uma Comissão Executiva, formada pelas duas diretorias, a da CIBI e da SMBI. Em 1977 foi feito um acordo entre OM e CIBI, e a partir deste acordo, a CIBI tem a principal responsabilidade sobre todo o trabalho, inclusive sobre os missionários, que a partir de agora estão sujeitos a diretoria da CIBI quanto ao trabalho.

            Em 1980 a composição da Comissão Executiva foi mudada. A partir deste ano, a Comissão Executiva foi composta pela diretoria da CIBI, os secretários regionais, o secretário de Missões e o presidente da SMBI. Mais tarde a mudou-se o nome para Conselho Consultivo. Os secretários regionais foram substituídos pelos presidentes das Convenções Regionais. Em 1980 foi formada a Secretaria de Missões. Ela se reuniu com mais freqüência que a diretoria. Quando a situação econômica da CIBI piorou foi extinta a Secretaria de Missões. A razão disto foi que a diretoria queria ter controle total sobre todas as despesas.

  1. Convenções Regionais.

            Muitos pensavam que, por causa do tamanho do Brasil, as regiões deviam ter mais autonomia para tratar os seus próprios assuntos. Em 1985 as pressões foram mais fortes e começaram mudar os estatutos para permitir a organização de Convenções Regionais. Inicialmente as regiões mais fortes formaram Convenções e as outras regiões Associações. Na medida que as igrejas e as regiões cresceram foram formadas mais e mais Convenções Regionais.

Convenções Regionais:

  • CIBIERGS – Rio Grande do Sul.
  • CIBILA – As igrejas da Língua Alemã. Não segue divisão geográfica.
  • CIBIESC – Santa Catarina.
  • CIBIPAR – Paraná
  • CIBIESP – São Paulo, Mato Grosso do sul.
  • CIBILESTE – Minas Gerais e Espírito Santo.
  • CIBIEG – Goiás
  • CRIBI-BC – Distrito Federal e Tocantins. Inclue também algumas igrejas em GO, BA e MG. 
  • CRIBI-BA – Norte do Estado da Bahia.
  • CRIBISBA – Sul do Estado de Bahia.
  • CIBISA – Sergipe e Alagoas.
  • CIBINE – Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão.
  •  

Associações Regionais:

  • ASSIBIAR – Pará, Amazonas, Amapá, Roraima e Acre.
  • Associação de Igrejas do Rio de Janeiro
  • Associação de igrejas do Mato Grosso.
  1. Educação Teológica.

            Educação Teológica foi considerada uma das prioridades quando a CIBI foi organizada. Já em 1918 foi realizada a primeira Escola Bíblica para obreiros em Guarany. Foi uma escola de algumas semanas seguindo o modelo de Ongman. Depois foram realizadas várias Escolas Bíblicas em regiões diferentes.

            Em 1945 o missionário Nils Angelin começa um Curso Teológico por Extensão. Não funcionou bem e por isso foi criado um curso por correspondência, onde os alunos enviaram as respostas pelo correio. Este curso se destinava em primeiro lugar para pastores que já estavam na ativa.

            Na mesma Assembléia em que foi criada a CIBI, votou-se em favor da criação de um Instituto Bíblico. Nils Angelin foi eleito para ser Reitor. Ele morava em Ijuí, e por isso o primeiro curso começou lá em 1953. Começou com três alunos e durante o primeiro ano mais três se matricularam.

            Em 1955 o Instituto Bíblico foi transferido para a cidade de Rio Grande. Aceitaram somente alunos do sexo masculino. Em 1960 foi criado o Curso de treinamento para moças com duração de um ano. Somente em 1972 o seminário aceitava alunos de ambos os sexos para todos os cursos.

            Em 1963 foi resolvido mudar o Instituto para Campinas, SP. Logo em seguida foi comprado o terreno onde o Seminário funciona atualmente. A primeira parte do prédio é inaugurado em 1967 e a segunda parte em 1973. Em 1967 o Instituto Bíblico muda para Campinas e o nome é mudado para Seminário Teológico Batista Independente.

            Como diretores tem servido: Nils Angelin, Rangberth Thorn, Stig Ekstrom, Bertil Andersson, Lars-Erik Jonsson, Apparecido Maglio, Paulo Mendes e Walmir Vargas em diferentes épocas.

            Em 1983 foi fundado o Seminário em Cachoerinha, RS e em 1984 o Seminário em Feira de Santana, BA. Logo em seguida o Seminário de Campinas abriu uma extensão em São Paulo, capital, que depois foi emancipado. Agora temos também um seminário em Goiânia, GO.

            Para coordenar o trabalho com a Educação Teológica, foi criado na Assembléia da CIBI em Xanxerê em 1966, a Junta da Educação Teológica. Aqui se reúnem principalmente os diretores dos seminários para decidir sobre currículos e outros assuntos referentes à Educação Teológica.

  1. Junta de Comunicação.

            Duas Juntas, da Imprensa e do Rádio, foram unidas para formar esta Junta.

            Em 1927 foi lançado o Jornal Luz nas Trevas. Esta iniciativa foi tomada pelo missionário Welander, que por um tempo foi redator. Outro missionário que trabalhou como redator foi também Erik Jansson. Entre 1955 e 1980 o Pr. Alcides dos Santos foi o redator. Ele foi substituído pelo Pr. José Machado. Em 1955 começou a ser publicada a Revista da Escola Dominical.

            DERBI, Departamento de Rádio Batista Independente, foi criado em 1978 com o propósito de trabalhar com gravações de programas de rádio. Em 1979 foi inaugurado um estúdio de gravação nas dependências do Seminário em Campinas. Funcionou durante alguns anos com a gravação de centenas de programas de rádio que foram transmitidas em muitas emissoras no país. Por razões financeiras foi fechado em 1983.

            A Junta de Comunicação agora é pessoa jurídica e tem como finalidade de além de publicar jornal e revista trabalhar com distribuição de literatura.

  1. Junta Feminina.

            Foi criado em 1958 com o nome União Geral de Senhoras e Moças. Tinha mais importância antes da formação das Regionais, quando recebeu ofertas das Uniões das Senhoras nas igrejas e sustentava o seu próprio obreiro de missões. Agora a maior parte do trabalho entre Senhoras acontece nas Convenções Regionais. A presidente nacional viaja e supervisiona os trabalho e a Junta promove com uma certa freqüência Congressos Femininos nacionais.

  1. MOBI.

            Quando foi organizada a CIBI em 1952, também foi organizada a União Geral da Mocidade Batista Independente. Hoje a maior parte do trabalho é feita nas Regiões, que realizam congressos e acampamentos. MOBI realiza a cada dois anos MOBICON, que é um congresso nacional que costuma reunir mais de 1.000 jovens. A liderança da MOBI também tenta de dar assistência a regiões e igrejas locais com material e informação para inspirar a realizar um trabalho mais eficiente.

  1. Junta da Educação Religiosa. (JER)

            Em 1964 foi criado o Departamento das Escolas Dominicais. Além de criar material e ajudar as Escolas Dominicais, o pensamento durante muito tempo foi de a JER trabalhar para fazer as Escolas Dominicais angariar dinheiro para missões. Durante muito tempo a JER sustentava um obreiro num campo de missões. Mais tarde foi transformado em Junta da Educação Religiosa. Agora a JER promove cursos para professores da Escola Dominical e tem a responsabilidade do conteúdo da Revista da Escola Dominical. Durante algum tempo também produziu a revista Crescer para juniores.

  1. FEPAS – Federação das Entidades e Projetos Assistenciais da CIBI.

            Os primeiros missionários que vieram da Suécia tinham um interesse grande pela situação social do povo. Por isso os primeiros projetos sociais foram iniciados no Rio Grande do Sul. Havia orfanatos em Pelotas, Porto Alegre, Esteio, RS e em Xanxerê, SC. Depois surgiram também projetos que visavam famílias, idosos e comunidades. Em 1974 foi criado DAS, Departamento de Assistência Social da CIBI, com a finalidade de coordenar os projetos sociais.

            Em 1986, DAS foi transformado em FEPAS, que agora se tornou uma pessoa jurídica independente da CIBI, mas ainda vinculado. Para projetos sociais é possível receber dinheiro da Suécia. A função principal da FEPAS hoje é administrar estas verbas e assistir os projetos, que hoje são mais de 50 em todo o Brasil. FEPAS trabalha também com cursos para o pessoal dos projetos. Uma outra função é também de conscientizar as Igrejas e membros da CIBI da responsabilidade social. Foi criado um Apadrinhamento Brasileiro, onde membros nas igrejas podem adotar diferentes projetos sociais.

  1. UMBI – União dos Ministros Batistas Independentes.

            Um Conselho pastoral foi criado em 1958. Foi transformado em União dos Ministros Batistas Independentes em 1961. Realiza um retiro nacional em janeiro a cada dois anos. A maioria dos pastores hoje participa mais em UMBIs regionais. Oferece credenciais aos seus membros. As questões doutrinárias são debatidas e resolvidas nos retiros da UMBI. Membros da UMBI são pastores e esposas de pastores. Evangelistas e presbíteros podem ser membros agregados.

                                                           Autor: Professor Missionário Lars-Erik Jonsson.

Material gentilmente cedido pelo autor.

 

 


Versículo

Respondeu Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim." - (João 14:6)